Movimento da População em Situação de Rua do RS cria Fundo Solidário para viabilizar a luta por direitos e geração de renda

Resistência é palavra que define os movimentos sociais que buscam justiça social, direitos e cidadania. E com o Movimento Nacional da População em Situação de Rua (MNPR) Núcleo de Base da Região Sul não foi diferente. Um movimento legítimo que dentre várias conquistas criou o Fundo Solidário Resistência Pop Rua junto com o Projeto Economia Solidária com População em Situação de Rua financiado pelo Ministério do Trabalho em Emprego através da Subsecretaria de Economia Solidária entre 2015 e 2017.

O Fundo Solidário Resistência Pop Rua foi construído coletivamente através de processo formativo e de estudo sobre as experiências de Finanças Solidárias existentes no Brasil. Este tem a finalidade de fazer a gestão de recursos financeiros vinculados ao MNPR/RS. Participaram do processo pessoas em situação de rua, militantes, apoiadores e equipe CAMP. As principais finalidades do fundo são: fortalecer as ações do MNPR/RS; garantir autonomia e protagonismo para MNPR/RS; captar recursos para viabilizar as ações do MNPR/RS para ampliação das suas ações e busca por direitos, entre outras. Segundo os participantes do MNPR, o projeto viabilizou qualificar o movimento enquanto um coletivo que busca direitos e concretização de políticas públicas que atendam de forma digna esta população, na medida em que potencializou a geração de renda individual e coletiva. Os recursos arrecadados pelo Movimento nas ações promovidas uma parte vão para o Fundo e outra para os participantes.

O Fundo, como é comumente conhecido, produz botons e chaveiros com imagens de resistência, como o próprio logo do Fundo Solidário, do MNPR, Zumbi dos Palmares, entre outros. Além disso, o Coletivo teve a oportunidade de produzir uma série fotográfica denominada “Internações forçadas, NÃO! Cuidado em liberdade, SIM!”, na qual foram registrados diversos locais que serviram de espaços para internação de pessoas, em outras épocas. Para captação das imagens foram realizadas saídas de campo e que resultaram em 24 imagens das quais foram impressas em cartões postais e fotografias em tamanho grande para exposições. A comercialização dos cartões postais e fotografias revertem em recurso direto para os participantes.

Vale ressaltar, que o projeto Economia Solidária com População em Situação de Rua foi uma conquista do Movimento Nacional da População em Situação de Rua, para que houvesse um projeto promovido pelo Governo Federal que oportunizasse a este público ações de geração de trabalho e renda a partir do saber fazer do sujeito. Assim, à época a Secretaria Nacional de Economia Solidária abraçou o desafio e junto ao Ministério do Trabalho e Emprego lançou o edital no qual o CAMP foi qualificado a executar.

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