Fórum Social Mundial 2015 será realizado na Tunísia e discute o tema sobre direitos e dignidade

Entre o final de março e o início de abril, a delegação brasileira leva ao Fórum Social Mundial (FSM) 2015, na Tunísia, a defesa de uma luta global por democracia e direitos. O evento está marcado para a Universidade El Mar, em Túnis (capital), e discute, dessa vez, o tema “Direitos e dignidade”. A Tunísia, aliás, foi o primeiro país da chamada Primavera Árabe, conseguindo desde então estabelecer um governo de caráter democrático.

Na edição 2015 do FSM, os movimentos brasileiros, protagonistas do encontro que começou em Porto Alegre há 14 anos, vão debater na tenda Brasil itens como racismo, o futuro da política pós-2015 e as democracias. Antes mesmo da abertura oficial do Fórum Social Mundial na Tunísia, haverá também o Fórum Mundial de Mídia Livre, convocado para discutir a produção, reprodução e integração da comunicação como estratégia fundamental da luta pela democracia.

Originalmente proposto por organizações como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), como resposta ao Fórum Econômico Mundial de Davos, o FSM redobra a importância de unificar os movimentos para lutar contra a onda de avanços de forças conservadoras, especialmente na América Latina.

Como ocorreu ao longo de sua história, a CUT vai além da atuação sindical internacional e defende a unidade dos movimentos para além do mundo do trabalho, como a luta contra o neoliberalismo e contra os tratados de livre comércio. Defende ainda a organização mundial da classe trabalhadora para enfrentar a globalização do capitalismo.

Um consenso: o Fórum Social Mundial tem o papel fundamental de construir ações conjuntas com movimentos sociais de todas as regiões mundo afora. O encontro na Tunísia, no norte da África, ocorre em momento de tensão, dado que na quarta-feira (18) um ataque terrorista agitou o complexo do Parlamento daquele país, deixando um saldo de 19 pessoas mortas. Mas, apesar disso, o FSM 2015 fica mantido e ganha ainda mais importância como bandeira em defesa da paz. Contra os ataques terroristas, a resposta será a defesa da democracia, da tolerância e do diálogo entre os povos.

FSM: histórico
Surgido em 2001, em Porto Alegre, no Brasil, o Fórum Social Mundial se caracteriza por ser um espaço plural, diverso e democrático de debates para a construção de alternativas às políticas neoliberais. A ideia é articular movimentos sociais, redes, ONGs e demais organizações da sociedade civil mundial, “que se opõem ao neoliberalismo e à dominação do mundo pelo capital e por toda forma de imperialismo” para trocar experiências e “construir outro mundo através de ações concretas, sem pretender encarnar uma instância representativa da sociedade civil mundial”.

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