Morena de Angola que leva o chocalho amarrado na canela: reflexões sobre as mulheres negras na economia solidária no RS

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Nas palavras de Gil Neves, educadora do CAMP, integrante do Coletivo D’Versas, militante da Economia Solidária, estudante de Administração Pública e Social da UFRGS e lutadora social, “uma escrita desafiadora que contou como apoio de muitas pessoas, bem como a parceria e incentivo das minhas filhas e filhos, que me incentivam a nunca desistir pois para eles sou exemplo. Não foi fácil, não é fácil, mas seguirei me desafiando e fazendo barulho para os temas que dizem respeito a nós mulheres negras. Espero que leiam, reflitam e se for o caso abrace a causa comigo. Um abraço solidário pra vcs, meu pessoal!”

Resumo do Artigo: O presente artigo tem como objetivo discutir sobre o papel e a relação das mulheres negras com a economia solidária no Rio Grande do Sul. Por meio da perspectiva analítica da interseccionalidade, aqui direcionada para a apreensão de raça e gênero, buscou-se identificar e apontar que, mesmo sendo significativa a participação das mulheres negras na economia solidária, elas ainda não se fazem presentes nos espaços de poder, tanto na gestão dos empreendimentos, quanto nos espaços da militância e de representação política. É fundamental entender a pouca visibilidade das mulheres negras na economia solidária no sul do país, região hegemonicamente marcada pela atuação de atores sociais descendentes das imigrações alemã e italiana, pois são elementos importantes para refletirmos se a economia solidária repete, ou não, as práticas de exclusão racial e de gênero do sistema capitalista, reproduzindo desigualdades historicamente colocadas às mulheres negras, submetidas às vulnerabilidades socioeconômicas e ao trabalho não-valorizado.

“A Morena de Angola que leva o chocalho amarrado na canela está disposta a usar o chocalho para fazer barulho, mas,em especial, para dançar junto a cantiga da ciranda solidária, de forma que cada vez mais mulheres negras possam ser visibilizadas e,por que não, protagonistas da sua própria história, organizadas e reconhecidas, cada vez mais, no movimento da economia solidária.” Gil Neves, 2021

Publicado na Revista: Coisas de Gênero 

Acesse na íntegra o artigo, aqui.

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