Em 15 de março, o DataFolha contou 210 mil pessoas na Avenida Paulista. Os manifestantes e a Polícia Militar acharam um milhão. Um pequeno desvio padrão certamente devido à metodologia (tucana) empregada pelos interessados.
No país, a conta de 15 de março ficou, para os otimistas, em dois milhões de manifestantes.
Ontem, comparando os protestos, a Rede Globo subiu os números de 15 de março para três milhões.
Assim. De repente.
A guerra dos números continuou. O DataFolha estimou em 100 os manifestantes na Paulista neste 12 de abril. Os manifestantes novamente tiveram um olhar inflacionado: viram 800 mil.
Por que o DataFolha mentiria?
A Folha de S. Paulo promoveu o evento com uma pesquisa de capa expressa para o dia das manifestações sobre o número de brasileiros a favor do impeachment da presidente Dilma. Uma manchete de encomenda.
Os jornais garantem que as manifestações foram contra a corrupção.
Cartazes, faixas e palavras de ordem mostraram que as manifestações foram ideológicas.
Contra o PT, o comunismo, o esquerdismo e a venezuelização do país.
Pediu-se abertamente a volta do regime militar. Não foram poucos.
Pediu-se até o fim do sufrágio universal.
A democracia é bela por isso. Pode-se até pedir a sua extinção.