Autonomia e resistência do Movimento Nacional da População em Situação de Rua nas práticas em Economia Solidária

Resistência é palavra que define os movimentos sociais que buscam justiça social, especialmente neste momento tão delicado pelo qual passa nossa sociedade. E com o Movimento Nacional da População em Situação de Rua (MNPR) Núcleo de Base da Região Sul não foi diferente. Um movimento legítimo que dentre várias conquistas criou o Fundo Solidário Resistência POP Rua junto com o Projeto Ecosol POP Rua.

O Fundo Solidário Resistência POP Rua foi construído coletivamente através de processo formativo e de estudo sobre as experiências de Finanças Solidárias existentes no Brasil. Este tem a finalidade de fazer a gestão de recursos financeiros vinculados ao MNPR/RS.  Participaram do processo pessoas em situação de rua, militantes e equipe CAMP. As principais finalidades do fundo são: fortalecer as ações do MNPR/RS; garantir autonomia e protagonismo para MNPR/RS; captar recursos para viabilizar as ações do MNPR/RS para ampliação das suas ações, entre outras.

O Fundo, como é comumente conhecido, produz botons e chaveiros com imagens de resistência, como o próprio logo do Fundo Solidário, do MNPR, Zumbi dos Palmares, entre outros. Além disso, o coletivo teve a oportunidade de produzir uma série fotográfica denominada “Internações forçadas, NÃO! Cuidado em liberdade, SIM!”, na qual foram registrados diversos locais que serviram de espaços para internação de pessoas, em outras épocas. Para captação das imagens foram realizadas saídas de campo e que resultaram em 24 imagens das quais foram impressas em cartões postais e fotografias em tamanho grande para exposições. A comercialização dos cartões postais e fotografias revertem em recurso direto para os participantes.

Vale ressaltar, que este projeto foi uma conquista do Movimento Nacional da População em Situação de Rua, para que houvesse um projeto promovido pelo Governo Federal que oportunizasse a este público ações de geração de trabalho e renda a partir do saber fazer do sujeito. Assim, à época a Secretaria Nacional de Economia Solidária abraçou o desafio e junto ao Ministério do Trabalho e Emprego lançou o edital no qual o CAMP foi qualificado a executar.

Ainda, o CAMP atua na constituição de Fundos Solidários desde 2014, tendo ações nessa temática desde 2010, com o projeto. De lá pra cá já foram constituídos 11 Fundos Solidários na Região Sul, sendo: Fundo Rotativo Solidário, Misto e de Fomento. Ao todo são 53 Fundos Solidários, os quais envolvem grupos formados por mulheres camponesas, povos de matriz africana, grupos e redes de economia solidária e mulheres assentadas da reforma agrária. Nestes fundos há perfis diferentes de atuação, tendo aqueles com gestão de recursos monetários e não monetários.

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