Curso busca fortalecer uma comunicação democrática, refletindo temas como desinformação, algoritmos e ciberativismo
20.out.2025 às 18h31 Porto Alegre (RS) Clara Aguiar – BdF RS
Aulas presenciais do Ciclo Formativo – Cuidados Digitais e Segurança nas Redes foram realizadas nesse final de semana no Centro de Assessoria Multiprofissional (CAMP) – Escola do Bem Viver – Foto: Tatielly Pinto/ Arquivo pessoal
Com o objetivo de fortalecer o uso crítico, seguro e responsável das mídias digitais, foram realizadas as aulas presenciais do Ciclo Formativo – Cuidados Digitais e Segurança nas Redes, no Centro de Assessoria Multiprofissional (CAMP) – Escola do Bem Viver, em Porto Alegre. Voltado a jovens comunicadores de 14 a 35 anos, o curso gratuito busca promover reflexões sobre os desafios e as oportunidades do ambiente digital contemporâneo.
Entre os temas abordados, estiveram a influência dos algoritmos nas redes sociais, os desafios da desinformação, a proteção de dados pessoais e as práticas de ciberativismo e segurança digital. A proposta mescla atividades presenciais com conteúdos virtuais gravados, disponibilizados previamente aos encontros, oferecendo uma base teórica sólida para o debate e a troca de experiências entre os participantes.
Para o coordenador geral do curso, Hector Batista, o espaço de formação é fundamental para o fortalecimento da comunicação democrática no país.
“Não tem como falar do dia a dia sem pensar na disputa que se dá no universo digital”, afirmou Hector Batista – Foto: Ryan Rodrigues
“A ideia do nosso ciclo formativo é organizar comunicadores e pessoas interessadas em democratizar a comunicação. Esse debate é essencial e está presente no nosso cotidiano. Não tem como falar do dia a dia sem pensar na disputa que se dá no universo digital. Queremos não apenas discutir segurança nas redes, mas também traçar estratégias coletivas para construir uma mídia cada vez mais democrática”, destacou.
A coordenadora do CAMP, Daniela Tolfo, ressaltou a importância de espaços de formação como esse para fortalecer as lutas sociais e aprimorar o uso da comunicação nas mobilizações. “O CAMP tem 42 anos de atuação junto aos movimentos sociais, populares e outras organizações, fortalecendo as lutas por direitos humanos. Receber esse ciclo faz parte da nossa responsabilidade como integrante da direção executiva da Associação Brasileira de Ongs (Abong) . Precisamos compreender melhor como usar as redes e as novas tecnologias, inclusive a inteligência artificial, para comunicar com mais qualidade e alcançar quem queremos”, afirmou.
Alfabetização Digital
Entre as atividades do encontro, a aula “Ciberativismo no Território: colocando em prática a perspectiva local nas mobilizações digitais”, ministrada por Tatielly Pinto, publicitária formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), ativista digital e criadora do coletivo Teia Ativista, convidou os participantes a refletirem sobre a potência das redes como ferramenta de engajamento político e social.
“A gente precisa de um ponto de união, de intersecção e de troca. A gente também tem a missão de fazer a discussão de narrativas nas redes, a partir também da técnica da comunicação, então são comunicadores que também são ativistas digitais que querem colocar a sua técnica comunicacional a serviço de uma agenda progressista”, destacou.
Entre as atividades do encontro, a aula ‘Ciberativismo no Território: colocando em prática a perspectiva local nas mobilizações digitais’, ministrada pela publicitária Tatielly Pinto – Foto: Clara Aguiar
Já a jornalista Sandra Henriques, doutora em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), pesquisadora na área de Comunicação Digital, Metodologia híbridas, Jornalismo digital, Mídias sociais e Marketing digital e professora na UniRitter, abordou o tema “Regulamentação das redes sociais e big techs”, reforçando a necessidade de um debate público sobre a atuação das plataformas digitais.
“Cada vez mais a gente precisa falar sobre isso e disseminar a importância da regulação. Estamos vendo uma série de desinformações, fake news, deep fake, inteligência artificial… E ainda não entendemos completamente como lidar com tudo isso. Como furar essa bolha? Em geral, somos atropelados pelas redes”, alertou.
A jornalista, professora e pesquisadora Sandra Henriques abordou o tema “Regulamentação das redes sociais e big techs” – Foto: Hector Batista
O Ciclo Formativo segue com novas etapas virtuais, buscando ampliar a rede de jovens comunicadores comprometidos com a construção de uma comunicação mais ética, inclusiva e democrática no ambiente digital.
“A ideia do nosso ciclo formativo é organizar comunicadores e pessoas interessadas em democratizar a comunicação”, destacou Batista – Foto: Ryan Rodrigues / Arquivo pessoal
A iniciativa organizada pelo Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, com realização da Abong, ação educativa e a Ibase, com apoio da União Europeia pelo projeto Nanet, tem como objetivo capacitar jovens, com foco especial na participação de pessoas de territórios periféricos e marginalizados, para que possam navegar de forma segura, crítica e responsável na internet.
Editado por: Katia Marko