Goiás recebe o intercâmbio de FRS da Região Centro-Oeste

tres

Representantes de entidades gestoras de Fundos Rotativos Solidários (FRS) do Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, participaram nos dias 28, 29 e 30/05 do “Intercâmbio Regional de Fundos Rotativos Solidários da Região Centro-Oeste” promovido pelo Centro de Estudos e Assessoria, Cáritas Brasileira, Cáritas Arquidiocesana de Brasília e SENAES/MTE.

O encontro foi realizado em Goiânia/GO e contou ainda com o apoio do Fórum Goiano de Economia Solidária para a sua realização. Intercâmbio é sempre momento de aprendizagem, troca e autonomia para quem participa. Momento de (ao conhecer a realidade do outro) ter a possibilidade de refletir sobre a sua própria experiência. Nas palavras de Paulo Freire: “Onde quer que haja mulheres e homens, há sempre o que fazer, há sempre o que ensinar, há sempre o que aprender”. Neste contexto, o encontro foi organizado com dois principais objetivos: gerar espaços de diálogos, trocas e aproximação entre FRS que atuam na região e contribuir para o fortalecimento das articulações das organizações gestoras de FRS, na perspectiva de redes.

Com seus “diários de bordo” e muita curiosidade, os participantes puderam conhecer duas experiências bem distintas, onde o FRS faz toda a diferença na sustentabilidade e autonomia das suas comunidades:

A APROBOM (Associação dos Pequenos Produtores Rurais da Região de Bom Sucesso), formada por 20 famílias de agricultores familiares da região do Bom Sucesso, localizada no município de Nazário/GO, e que desde 2001 promove o desenvolvimento rural sustentável, garante o acesso da comercialização de sua produção, crédito rural e assistência técnica; além de participar de formações nas temáticas da Economia Solidária, educação popular, agricultura familiar, juventude e mulheres. A associação surgiu devido às dificuldades enfrentadas pelos agricultores em manter suas pequenas propriedades, levando-­os a buscarem alternativas e parcerias para melhoria dos trabalhos de manejo da produção.

Já a ACAA (Associação Cultural e Artística de Anápolis), localizada no município de Anápolis/GO, possui cerca de 50 associados, os quais são envolvidos na produção de artesanatos, tapetes e colchas. Estes produtos são comercializados em uma loja no shopping da cidade. A Associação representa diversos segmentos artísticos, inclusive a Fiação e Tecelagem Manual sendo uma ponte de referência cultural e apoio à comunidade, local onde se realizam várias atividades artísticas, de preservação e difusão cultural e de apoio à saúde física e mental.

Nos três dias, os participantes debateram no encontro os temas FRS, Redes e território, a partir das experiências visitadas. Também puderam trocar as suas impressões com os grupos visitados, a partir do quê conseguiram avançar e de seus desafios, dando sugestões a partir do que perceberam que pode ser melhorado.

 

Sobre os FRS

“Para falarmos de Fundos Rotativos Solidários, recordamos primeiramente um feitio e costume antigo das nossas avós. Muitos e muitas de nós guardamos em nossa memória uma prática delas, e que atualmente muitas famílias ainda praticam que é a fabricação do pão caseiro. O pão é um dos primeiros alimentos processados da história da humanidade. É fonte de nutrientes e também tem um forte significado em diversos rituais culturais e religiosos. Sendo o alimento do ‘corpo e da alma’.

Quem de nós não viu nossas avós distribuindo a ‘isca de pão caseiro’ para amassar e depois repassar para os vizinhos, parentes e amigos? E assim o pão vai se multiplicando e se tornando alimento para diversas famílias. O simples ato de entregar a ‘isca’ gera um harmonioso ciclo que fortalece as relações de confiança, a partilha de vida e a troca de saberes, além de contribuir na alimentação saudável de cada família.

Da mesma maneira que esse harmonioso ciclo atinge diversas famílias, também acontece com as experiências dos FRS. Os fundos se multiplicam e garantem uma vida com qualidade para toda comunidade envolvida.

O Fundo Solidário é um processo de gestão coletiva de recursos, voltados para a sustentabilidade local e territorial e para mobilização social. São espaços de gestão de riquezas e saberes. A importância dos Fundos Solidários é devida porque são espaços e instrumentos de resistência, protagonismo e organização da economia comunitária.”

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

2 + 5 =