Camp https://camp.org.br Uma escola de cidadania Tue, 12 Sep 2023 13:53:30 +0000 pt-BR hourly 1 Colapso Climático, Decênio Decisivo: Tragédias em função do clima poderiam ser evitadas (Por Mauri Cruz) https://camp.org.br/2023/09/12/colapso-climatico-decenio-decisivo-tragedias-em-funcao-do-clima-poderiam-ser-evitadas-por-mauri-cruz/ https://camp.org.br/2023/09/12/colapso-climatico-decenio-decisivo-tragedias-em-funcao-do-clima-poderiam-ser-evitadas-por-mauri-cruz/#respond Tue, 12 Sep 2023 13:53:30 +0000 http://camp.org.br/?p=6136  

“Decênio Decisivo – Propostas para uma política de sobrevivência” é o título do livro do amigo, sociólogo, historiador e professor da UNICAMP, Luiz Marques. Lançado recentemente pela editora Elefante em parceria com a Ação Educativa e com o Coletivo 660 do qual faço parte.

Obra fundamental para entendermos os eventos extremos que estão pipocando em todo planeta. Apresenta de forma simples e didática, através da sistematização de dados e informações dos principais organismos e grupos de cientistas que estudam as mudanças climáticas, a gravidade do momento da humanidade e os riscos para o futuro da vida na Terra.

A conclusão não poderia ser mais séria: estamos muito próximos do ponto de não retorno, ou seja, do ponto em que, para retornar à estabilidade climática de algumas décadas atrás se levará centenas de anos. Isso porque, mesmo que fosse possível estancar de uma vez só a emissão de todos os gases que produzem o efeito estufa, ainda assim, os gases já lançados na atmosfera, seguirão gerando impactos negativos por vários anos e esses impactos produzindo efeitos crescentes de aquecimento.

Ninguém pode dizer que não fomos avisados. Há décadas cientistas e militantes ambientais denunciam a irresponsabilidades dos tomadores de decisões sobre temas chaves como energia, desmatamento, mineração, expansão das fronteiras agrícolas e crescimento desordenado das cidades.

Soma-se a esse descaso, a postura da mídia coorporativa, sempre comprometidas com os interesses de seus patrocinadores, que, entre uma notícia trágica e outra, veicula anúncios de carros modernos movidos à diesel ou carnes e produtos hiper industrializados produzidos à custa do meio ambiente. Um círculo vicioso que só acelera e amplia as tragédias que os âncoras comentam consternados.

Neste contexto, o fenômeno climático extremo desta semana no Vale do Taquari no Rio Grande do Sul é só mais uma amostra do que vem ocorrendo há vários anos em várias partes do mundo. Incêndios de enormes proporções decorrentes de secas e de calores extremos, chuvas torrenciais com inundações relâmpagos, deslizamentos e soterramentos.

O primeiro evento extremo que temos lembrança foi o Furação Catarina em 2004 no sul de Santa Catarina. No entanto, foi em 2008, o evento climático mais letal. Naquele ano, coordenei na região do Vale do Itajaí/SC o Projeto SOS Comunidade Vale do Itajaí – Monitoramento e Organização Comunitária em Desastres, executado pelo CAMP e CDH Joinville, com apoio da Abong e da OXFAM GB. Nossa tarefa foi apoiar as comunidades de Itajaí, Pomerode, Gaspar, Blumenau, Henrique Alves, Jaraguá do Sul dentre outras, em seu processo de ação imediata nos abrigos nos primeiros dias que se seguiram a tragédia e ao longo de vários meses, no longo e lento processo de reconstrução.

Já naquela época, concluímos que a tragédia que custou a vida de 135 pessoas, e que desabrigou e desalojou mais de 15 mil pessoas, teve como causa o enorme volume de chuvas concentradas acima de 120mm em menos de 24 horas, combinada com o uso irregular dos territórios com desmatamento dos morros e encostas para plantio de eucaliptos e para moradias irregulares. Ou seja, os impactos dos eventos climáticos extremos ganham maior gravidade porque são potencializados pela falta de políticas preventivas e de cuidado no âmbito local.

Importante reproduzir a conclusão sobre a causa da tragédia: “Não é simples encontrar as razões que ocasionaram uma tragédia tão arrasadora como a que ocorreu em Santa Catarina. No entanto, como muitas pessoas denunciam, por detrás desta catástrofe está a política ambiental do governo catarinense, que, com apoio do governo brasileiro, tem permitido uma ferrenha degradação ambiental das encostas dos morros. Entidades ambientalistas também acusam o governo do estado de promover alterações na legislação ambiental para, assim, ampliar a ocupação desordenada dos morros e encostas. Declaram, ainda, que a calamidade ocorrida foi uma tragédia anunciada que, caso não haja mudanças, se repetirá.”

Como sabemos, também em Muçum houve a combinação de causas climáticas com ações de degradação ambiental por parte dos governos e empresários locais. Segundo a Fundação SOS Mata Atlântica[4] essa foi a cidade que mais desmatou os remanescentes florestais e seus ecossistemas desde 2014. Tipo, um libera geral. E, curiosamente, foi uma das cidades gaúchas que deram um maior percentual de votos ao candidato Bolsonaro (72,1%)[, no segundo turno das eleições de 2022, apoiando massivamente um defensor do desmatamento e do desrespeito as populações indígenas e quilombolas que, por sua prática cotidiana, protegem o meio ambiente.

Como em Itajaí, em 2008, provavelmente a gravidade dos acontecimentos no Vale do Taquari não serão suficientes para mudar o modo de planejar, financiar e agir dos governos e daquelas comunidades. Um alerta, tanto para os governos locais e estadual como para o Governo Lula que, como temos acompanhado, idealiza uma política de crescimento econômico com distribuição de renda nos mesmos moldes daquele que vem sendo implementado nas últimas décadas, onde a proteção do meio ambiente é retórica e não tem feito parte efetiva das decisões políticas estratégicas.

Voltando ao livro do Luiz Marques, no último capitulo, ele nos apresenta algumas alternativas para uma política de sobrevivência: distribuição igualitária do consumo de bens e de energia; restauração acelerada dos ecossistemas e ampliação das reservas naturais; desmantelamento da economia global do carbono e construção de uma economia circular descarbonizada; fim dos subsídios governamentais diretos e indiretos à indústria de combustíveis fósseis; desglobalização do sistema alimentar e sua transição para uma alimentação sustentável baseada em nutrientes vegetais; aceleração da transição demográfica e combate as desigualdades sociais e territoriais, entre outras alternativas.

São medidas extremas, mas urgentes. Certamente as elites globais não estão sensibilizadas para essas medidas. Nem mesmo os governos democráticos estão. A saída para isso é a criação de um movimento social global, potente e com capacidade de intervenção em todos os continentes exigindo mudanças rápidas e radicais. Um desafio à altura das nossas gerações que lutam há décadas e das novas que estão chegando, com um desafio ainda maior, do tamanho de sua própria existência.

Mauri Cruz é Advogado, professor de pós-graduação em direito a cidade, mobilidade urbana e parcerias sociais. Membro do Conselho Diretor do CAMP – Escola do Bem Viver, do Instituto de Direitos Humanos – IDhES. Consultor da Usideias.

Fonte: https://luizmuller.com/2023/09/11/colapso-climatico-decenio-decisivo-tragedias-em-funcao-do-clima-poderiam-ser-evitadas-por-mauri-cruz/ 

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CEAAL, 40 anos: educação popular e democracia https://camp.org.br/2023/07/03/ceaal-40-anos-educacao-popular-e-democracia/ https://camp.org.br/2023/07/03/ceaal-40-anos-educacao-popular-e-democracia/#respond Mon, 03 Jul 2023 13:18:16 +0000 http://camp.org.br/?p=6123 Por Selvino Heck 

Paulo Freire está tri feliz. O CEAAL, Conselho de Educação Popular da América Latina e Caribe, do qual ele foi o primeiro presidente, está completando 40 anos em 2023. São 40 anos de história, 40 anos de educação popular, de construção de inéditos viáveis, de defesa da democracia.

Assembleia Intermediária da CEAAL 2023 convoca ao compromisso de continuidade da defesa do legado de Paulo Freire – Divulgação

A Assembleia Intermediária do CEAAL, acontecida em São Paulo entre 19 e 21 de junho, com representação de educadoras e educadores populares de diferentes países da América Latina e Caribe, teve como eixos centrais “Caminando hacia la participación de nuestros pueblos” e “Por una educación popular emancipadora”. Ou seja, os povos latino-americanos e caribenhos, especialmente os mais pobres entre os pobres, participam, têm voz e vez, através de uma educação popular conscientizadora e libertadora, de acordo com o pensamento e a pedagogia de Paulo Freire.

Foram dias de celebração, com muita mística, abençoados pela música latino-americana e caribenha, e mil abraços de vida e esperança.

As quatro décadas de história do CEAAL foram assim assinaladas e resumidas na Assembleia Intermediária.

Década de 1982 a 1992: “Energia revolucionária. Conquista da democracia. Respondendo ao povo.” Paulo Freire retornou ao Brasil depois de longo exílio durante a ditadura no final dos anos 1970, início dos anos 1980, e aceitou ser secretário municipal de Educação da capital São Paulo, colocando a educação popular em diálogo com a educação formal, como nunca se viu antes na história brasileira.

O CEAAL surgiu em 1983. Sua primeira década traduziu-se em processos de construção e reconstrução da democracia. Aconteceram eleições livres e diretas no Brasil e outros países, surgiu o Orçamento Participativo, OP, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil, o povo decidindo sobre as políticas e os recursos públicos. Tudo isso à base da educação popular, através e com processos de formação, organização e lutas populares. Foi uma década de florescimento da democracia.

Década de 1993 a 2003: “Democratizar a democracia. Refundamentação da educação popular.” Surge o Fórum Social Mundial, FSM, em 2001, mais uma vez em Porto Alegre, anunciando ´um outro mundo possível´, a ser construído coletiva e solidariamente, com base na educação popular. Paulo Freire partiu fisicamente em maio de 1997, mas permaneceu vivo em almas e corações. Não foi uma década fácil, o neoliberalismo foi sendo implantado em diferentes países, mas a resistência ativa do povo fluiu e refluiu com coragem, fé e esperança.

Década de 2004 a 2014: “Reflorescimento dos movimentos sociais. Governos progressistas na América Latina.” O neoliberalismo é derrotado política e eleitoralmente em diferentes países. Acontecem governos democrático-populares, com políticas públicas construídas com participação popular, como, por exemplo, o Fome Zero no Brasil, estimulado pela frase histórica de Frei Betto: “Matar a fome de pão, sim, em primeiro lugar. Mas junto, e ao mesmo tempo, saciar a sede de beleza”. O que aconteceu a partir da Rede de Educação Cidadã, RECID, da PNEP-SUS, Política nacional de Educação Popular em Saúde, do Marco de Referência da Educação Popular social para as Políticas Públicas, da Política nacional de Participação Social, das Políticas de Formação de Ecosol, Economia Solidária, e construção, interrompida por um golpe no Brasil, da PNEP, da Política Nacional de Educação Popular.

Assim também em outros países, o povo organizado, via educação popular e governos democrático-populares, enfrentou as tradicionais e sempre presentes elites conservadoras, promotoras da exclusão social e da desigualdade, quando não de ditaduras. Paulo Freire, finalmente, foi declarado anistiado político em 2009. E legal e oficialmente, com toda justiça, em 2012, Paulo Freire, por lei do Congresso nacional brasileiro, Patrono da Educação brasileira.

Década de 2015 a 2023: “Construção do movimento educação popular na América Latina e Caribe. Centenário de Paulo Freire. Fortalecimento do CEAAL como movimento.” Os ataques a Paulo Freire e à educação popular exigiram uma Campanha em Defesa do Legado de Paulo Freire. As celebrações do seu centenário na América Latina e Caribe, África e mundo inteiro, em 2021, aconteceram com festa, homenagens e muitos debates. O CEAAL não é mais apenas um Conselho. Assume-se como movimento a impulsionar a educação popular, a participação popular e a democracia.

Os desafios em 2023 são muitos. Nas palavras de Paulo Freire, a hora é de ESPERANÇAR, ou seja, de construir a esperança. Os tempos são de colocar, em primeiro lugar, ser movimento, e não apenas ser instituição; de construir os inéditos viáveis, com sonho e utopia, a partir da realidade e da vida concreta do povo; de formular e construir-reconstruir políticas públicas com participação popular, o povo consciente e organizado com vez e voz.

O CEAAL e a educação popular assumem-se como articuladores do novo e do futuro, sem deixarem de ser voz crítica e profética, na base do diálogo e da amorosidade freireanas, quando necessário. Mais que nunca, a hora e o tempo são de formação na ação. Isto é, nos Comitês Populares de Luta, nas Cozinhas Solidárias e Comunitárias contra a Fome, em todos os espaços de organização popular, urge agir e formar, formar e agir ao mesmo tempo. Freireanamente.

Os 40 anos do CEAAL, Conselho e Movimento, mostram que Paulo Freire e a educação popular continuam presentes e atuantes no Brasil, na América Latina, no Caribe, no mundo. Viva Paulo Freire! Viva a educação popular!

* Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Fonte: https://www.brasildefators.com.br/2023/06/30/ceaal-40-anos-educacao-popular-e-democracia

Edição: Katia Marko

 

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ENCONTRO DE FORMAÇÃO POLÍTICA E ASSEMBLEIA INTERMEDIÁRIA DO CEAAL https://camp.org.br/2023/06/13/encontro-de-formacao-politica-e-assembleia-intermediaria-do-ceaal/ https://camp.org.br/2023/06/13/encontro-de-formacao-politica-e-assembleia-intermediaria-do-ceaal/#respond Tue, 13 Jun 2023 17:48:38 +0000 http://camp.org.br/?p=6108 “Nenhuma pedagogia que seja verdadeiramente libertadora pode permanecer distante do oprimido, tratando-os como infelizes e apresentando-os aos seus modelos de emulação entre os opressores. Os oprimidos devem ser o seu próprio exemplo na luta pela sua redenção”.  Paulo Freire

Companheiras e companheiros de luta pela Educação Popular Libertadora na América Latina e Caribe,

Nós, do Coletivo CEAAL Brasil, temos a grande alegria de recebê-las/os em nosso país para o Encontro de Formação Política e Assembleia Intermediária, que acontecerá entre 19 e 23 de junho de 2023 na cidade de São Paulo/Brasil.

O momento em que nos encontraremos para debater as diretrizes e objetivos estratégicos do CEAAL para o próximo período é muito complexo, delicado e múltiplo e será uma grande oportunidade compartilharmos e refletirmos desde a realidade de cada coletivo regional, nacional e grupos de trabalho (Gts).

O Brasil retomou a esperança de avanços reais após um período de obscurantismo, negacionismo e neofascismo. Todavia, como um movimento de Educação Popular, não iremos nos acomodar, devemos nos dispor a adentrar as brechas institucionais para fortalecer as diversas iniciativas de Educação Popular sem ser, de nenhuma maneira, capturados pela lógica burocrática.

Dito isso, o pensamento de Paulo Freire destacado no início dessa carta torna-se ainda mais relevante e indicador para nossas práticas: é de fundamental importância que sejamos nossos próprios exemplos para a luta, enquanto classe oprimida: mulheres, trabalhadoras, camponeses, LGBTQIA+, pretos e pretas, indígenas.

É com essa animação e, sobretudo, pelo reconhecimento dos 40 anos do CEAAL que desejamos debater, refletir e construir os novos rumos do CEAAL e fortalecer as nossas organizações e militantes. Alcemos os mais altos voos!

Mais: https://ceaal.org/v3/asambleaintermediaceaal2023/

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Que país queremos para os próximos 4 anos? https://camp.org.br/2023/05/25/que-pais-queremos-para-os-proximos-4-anos/ https://camp.org.br/2023/05/25/que-pais-queremos-para-os-proximos-4-anos/#respond Thu, 25 May 2023 14:15:17 +0000 http://camp.org.br/?p=6103 Plano Plurianual (PPA) (Link externo) é um documento que está previsto na Constituição de 1988. Ele é elaborado de quatro em quatro anos, sempre no primeiro ano de mandato do presidente. O PPA define metas, diretrizes e programas do Governo. Em 2023, ele será elaborado com apoio aberto da população por meio da plataforma Brasil Participativo. O PPA deve ser entregue às(aos) senadoras(es) e deputadas(os) no Congresso Nacional até 31 de agosto de 2023, junto à Lei Orçamentária Anual (LOA).

É uma iniciativa do Governo Federal, que está proporcionando a elaboração do Plano Plurianual (PPA) com participação da sociedade, seja por meio de conselhos participativos, associações, sindicatos e ONGs, seja de forma direta pela população, por meio da participação digital. De 2003 a 2016, o Brasil teve experiências de participação social bem-sucedidas. Em 2023, é hora de abrir as portas da participação social novamente.

Saiba mais na página do PPA Participativo  (Link externo)

Conheça os 88 programas (Link externo) dos ministérios.

ALGUNS PROGRAMAS IMPORTANTES:

Economia Popular, Solidária e Sustentável

Promover a organização coletiva autogestionária, inclusiva e com acessibilidade, fundamentada na cooperação interseccional e na redistribuição, nos princípios comunitários, na participação e educação popular e socioambiental, na construção de redes produtivas e na valorização das dinâmicas territoriais.

Pode ser uma imagem de texto que diz "BRASIL PARTICIPATIVO MAS PPA 2024-2027 PROGRAMA: ECONOMIA POPULAR E SOLIDÁRIA SUSTENTÁVEIS CONHEÇA, PARTICIPE, PRIORIZE! MINISTÉRIO DO TRABALHO EEMPREGO GOVERNO FEDERAL RECONSTRUÇÃO"

Órgão Responsável: Ministério do Trabalho e Emprego

Segurança Alimentar e Nutricional e Combate à Fome

Promover a produção, a oferta, o acesso e o consumo de água e alimentos adequados e saudáveis, com base em sistemas alimentares sustentáveis, saudáveis e resilientes, priorizando os grupos populacionais vulnerabilizados e fortalecendo o Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional.

Órgão Responsável: Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à fome

Como faço para participar do Plano Plurianual (PPA)?
11 de maio a 10 de julho

Nesta página, você encontra os 28 programas prioritários do governo.

Você pode priorizar os 3 que você julgar mais importantes para a sua região.

Para votar, você precisa logar sua conta no Gov.br.

PARA ESCOLHER OU PROPOR: https://brasilparticipativo.presidencia.gov.br/processes/programas/f/1/

 

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Educação para a cidadania e protagonismo socioambiental infanto-juvenil em Pelotas https://camp.org.br/2023/05/17/educacao-para-a-cidadania-e-protagonismo-socioambiental-infanto-juvenil-em-pelotas/ https://camp.org.br/2023/05/17/educacao-para-a-cidadania-e-protagonismo-socioambiental-infanto-juvenil-em-pelotas/#respond Wed, 17 May 2023 18:33:14 +0000 http://camp.org.br/?p=6093 O Projeto de educação para a cidadania e protagonismo socioambiental infanto-juvenil do Res. Amazonas, em Pelotas, RS nasce do desejo da comunidade do Minha Casa Minha Vida Amazonas. O projeto foi proposto pelo Camp como resultado do processo de autorrecenseamento comunitário desenvolvido ao longo do ano de 2019. Trabalho este que se deu na execução do MUTS – Moradia Urbana com Tecnologia Social – ação desenvolvida pela Fundação Banco do Brasil em alguns dos empreendimentos Minha Casa Minha Vida financiados pelo BB.

O projeto foi desenvolvido de junho de 2021 a dezembro de 2022 e teve como principal ação a Formação de Agentes Mirins de Educação Ambiental. Em termos mais amplos, visava ofertar saberes e experiências comunitárias que estimulassem pertencimento comunitário, a preservação do bem comum – o condomínio – e a consciência ambiental.

Acesse a SISTEMATIZAÇÃO DO PROJETO  de educação para a cidadania e protagonismo socioambiental infanto-juvenil do Res. Amazonas, em Pelotas, RS.

Eixos e ações estratégicas

• O primeiro e estruturante eixo da proposta centrava-se de desenvolver um processo amplo de formação de Agentes de Educação Ambiental, voltado à crianças e adolescentes, de 8 a 16 anos, com objetivo de gerar identidade, consciência e capacidade de abordagem apropriada acerca da responsabilidade pessoal e familiar com relação ao manejo do lixo. Foram realizadas quinzenalmente oficinas de educação ambiental, em Direitos Humanos e Cidadania, intercaladas com uma capacitação de 80 horas em produção de audiovisuais e comunicação e a realização de 06 mutirões com toda a comunidade do residencial, para sensibilização e orientação das famílias sobre coleta reciclável de resíduos.

• O segundo eixo do projeto voltou-se para equipar a comunidade com recursos para a implantação da coleta seletiva de resíduos com o doação de lixeiras domésticas e de uso coletivo no pátio e instalação de um container adaptado para recebimento de rejeitos recicláveis, o eco-ponto. O objetivo deste eixo foi criar as condições materiais para a implementação de novas práticas de separação e destinação dos resíduos da comunidade e, com o material reciclável, potencializar cooperativa de reciclagem da região, para a qual foi destinado o resíduo.

• O terceiro eixo do projeto tratou da capacitação de pessoas adultas para a reutilização do óleo residual de cozinha para a produção de eco-sabão e outros produtos com o objetivo de diminuir o despejo deste rejeito na rede de esgoto doméstico e de gerar de trabalho e renda para as participantes.

As atividades do projeto encerraram em dezembro de 2023, com a formatura de 116 Agentes de Educação Ambiental, 17 mulheres capacitadas para produzir sabão e outros produtos à base do óleo residual de cozinha, além de estruturas qualificadas para a coleta seletiva.

 

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Homenagem à Conceição Paludo educadora, lutadora da Educação Popular https://camp.org.br/2023/05/12/homenagem-a-conceicao-paludo-educadora-lutadora-da-educacao-popular/ https://camp.org.br/2023/05/12/homenagem-a-conceicao-paludo-educadora-lutadora-da-educacao-popular/#respond Fri, 12 May 2023 15:05:35 +0000 http://camp.org.br/?p=6083
Nossa homenagem à Conceição Paludo educadora, lutadora da Educação Popular em defesa da classe trabalhadora e pela sua emancipação. Cuti, presente, hoje e sempre! 💜
Pequena gigante,
De mãos firmes a pontar horizontes
e olhares para além, muito além do visível
Seus pequenos pés pisando sempre o presente,
aqui, onde se vive
o cotidiano das dores
e o sabor dos amores.

A jardineira de primaveras
que tanto semeou esperanças
carregava nos finos lábios,
um sorriso tácito e largo.

O mesmo que confiou
em tantos segredos.

Hoje a jardineira de primaveras,
a pequena gigante,
deita seu corpo finito
na infinita grandeza
de sua contribuição
para tantos sonhos.

A Cuti,
Nenhum minuto de silêncio
E uma vida inteira de semeadura
Na luta.

Em memória de Conceição Paludo, educadora popular e pensadora popular
*07/12/55 *+*03/05/2023
Marcio Cruz

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Encontro Regional – Sul da Plataforma MROSC https://camp.org.br/2023/04/24/encontro-regional-sul-da-plataforma-mrosc/ https://camp.org.br/2023/04/24/encontro-regional-sul-da-plataforma-mrosc/#respond Mon, 24 Apr 2023 21:47:48 +0000 http://camp.org.br/?p=6059
Encontro Regional – Sul da Plataforma MROSC – RS, SC e PR, nos dias 29 e 30 de Maio, em Porto Alegre. O encontro visa fomentar a consolidação das bases regionais da Plataforma MROSC e propiciar diálogo sobre a Agenda MROSC. 💬
Na manhã do dia 31 de Maio realizaremos também o Encontro Regional de Mulheres. Será um momento de integração, descontração, informação e reflexão dedicado somente às representações femininas.
Os/as interessados/as deverão preencher o link de inscrição até o dia 25/04: 🔗 https://forms.gle/4ZW73LkvJ2ns7nfz6
ℹ️ Maiores informações sobre as vagas na ficha de inscrição.
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CAMP, 40 anos – como plantar sonhos https://camp.org.br/2023/03/27/camp-40-anos-como-plantar-sonhos/ https://camp.org.br/2023/03/27/camp-40-anos-como-plantar-sonhos/#respond Mon, 27 Mar 2023 15:56:10 +0000 http://camp.org.br/?p=6048 Selvino Heck 

Os sonhos foram plantados. Os sonhos continuam sendo plantados em 2023, quando, em 27 de março de 2023, o CAMP completa seus 40 anos” – Reprodução Facebook CAMP

27 de março de 1983. Depois de mais de dois anos de tentativas, mil reuniões, Oposições Sindicais por todo Rio Grande do Sul, Oeste de Santa Catarina e Sudoeste do Paraná, ocupações urbanas e rurais, greves, trabalho comunitário nas periferias, pastorais sociais a mil, terminada a eleição para a nova direção dos metalúrgicos de Porto Alegre, perdida pela Oposição Sindical, surgiu a oportunidade e possibilidade de criar uma ONG para ajudar a articular as lutas e mobilizações daqueles tempos, ainda em meio à ditadura militar. Foi criado o CAMP – Centro de Assessoria ao Movimento Popular, estratégica e publicamente denominado Centro de Assessoria Multiprofissional, que, em 27 de março de 2023, completa seus 40 anos bem vividos, sempre na boa luta e na educação popular de Paulo Freire.

Em março de 2023, é importante revisitar 1983, através de depoimentos de vários de seus/suas fundadores/as, dados em 1998, e publicados na Revista dos 15 anos do CAMP.

Nas palavras de João Pedro Stédile, do MST: “CAMP AJUDA NA ARTICULAÇÃO DOS MOVIMENTOS. O nascimento do CAMP foi dentro dessa visão, de ser um espaço, um serviço de apoio ao processo de reorganização social dos trabalhadores, que estava ocorrendo nas periferias, nas fábricas e no meio rural. E ao mesmo tempo servir de referência aos militantes de origem universitária, ou que tinham outros meios de sobrevivência, mas queriam fazer uma militância voluntária. Quando fundamos o MST, em Porto Alegre, por um certo tempo o espaço do CAMP serviu como uma secretaria do Movimento, que não existia como um movimento nacional. O CAMP era consciente do seu papel de articulador, estimulador da organização dos próprios trabalhadores, e, portanto, sem a pretensão de substituí-los, mas de fortalecê-los.”

Depoimento de Jairo Carneiro, metalúrgico, ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Porto Alegre e da CUT/RS: “REDISCUTINDO O MUNDO DO TRABALHO. Falar hoje da história do movimento sindical nos últimos anos no Rio Grande do Sul e não falar do CAMP é no mínimo estar fora de um movimento que foi sendo construído com a participação de todos. Contar com essa entidade foi fundamental na conjuntura em que se viveu. Viajei muito com o João Pedro Stédile pelo interior do Estado. Ele, funcionário da Secretaria da Agricultura e eu pelo movimento sindical, organizando o movimento, a CUT. E quem organizou um método para articular a oposição, cidade por cidade, foi a Conceição Paludo, Cuti, assessora do CAMP, que ajudou muito nisso. Acho que a formação foi fundamental. Isso permanece até hoje. Não basta só ação sindical e organização dos trabalhadores. O CAMP talvez seja a entidade que mais se preocupou em fazer formação. Por exemplo, precisávamos de material sobre análise de conjuntura e era só chamar alguém do CAMP para ajudar.”

Conceição Paludo, Cuti, educadora, assessora, coordenadora do CAMP de 1991 a 1996, em depoimento: “Iniciei no CAMP em 1985 como voluntária, trabalhando com educação popular. Na época, um dos pontos das discussões era a metodologia da educação popular. O trabalho tinha uma natureza política, organizativa e educativa. Este foi um período em que a ação do CAMP esteve volta para a construção dos movimentos populares. Trabalhamos com as Oposições Sindicais urbanas e rurais visando a construção da Central Única dos Trabalhadores (CUT), contribuímos com a construção do MST, trabalhamos com a ANAMPOS (Articulação dos Movimentos Populares e Sindicais), e construção da CMP, Central de Movimentos Populares, com o Movimento das Mulheres Trabalhadoras Rurais (MMTR), com o Movimento de Moradia. Enfim, a atuação era volta para a construção dessas organizações populares, pensando as classes populares como sujeitos da sua história. Acompanhando as mudanças conjunturais, em 1985, por exemplo, atuamos no processo da Constituinte. Igualmente, tivemos incidência na articulação dos chamados Centros de Educação Popular (hoje ONGs) que atualmente constituem o Fórum Sul de ONGs/ABONG.”

Depoimento de Olívio Dutra em 1998, eleito governador do Rio Grande do Sul: “GOVERNO E MOVIMENTOS SOCIAIS BUSCAM UMA NOVA RELAÇÃO. Tive a honra de ter sido consultado e ouvido eventualmente para a construção do CAMP, como militante, dentro desse processo de lutas que vinha da década de 70 e se intensificava no início da década de 80. O próprio Partido dos Trabalhadores contratou as assessorias de formação do CAMP a pedido do movimento sindical. Eram feitas análises de conjuntura, com levantamento de dados e se falava também na memória das lutas sociais.”

Depoimento de Paulo Paim, então deputado federal, hoje senador: “O CAMP contribuiu muito com a minha formação. Foi lá nos anos 84/85, que recebi os primeiros conhecimentos teóricos de política, economia e conjuntura internacional, logo no início de minha caminhada no Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas. Toda semana o Ricardo Franzói, o Laerte Meliga, o José Pinto, o Selvino Heck, o Márcio Pochmann, entre outros, se reuniam comigo para aulas. Lembro bem que numa ocasião me convidaram para uma palestra na Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS). Fui preparado pelos companheiros do CAMP. Recebi aplausos e elogios. Depois, num outro momento, fiz palestras em países da Europa. Lá fui eu de dossiê preparado pelo CAMP. Assim fui galgando meus primeiros degraus na vida pública, com a colaboração do CAMP. Mas há um destaque especial para o trabalho que o CAMP realiza: a autonomia e independência de quem está recebendo a formação. No início, eu tinha mais carisma do que conhecimento, e a atuação do CAMP foi riquíssima.”

Diz a Revista dos 15 anos do CAMP, em “1978/1982, COMO PLANTAR SONHOS”: “Pois foi lá pelos idos de 1978, enquanto o General Figueiredo tentava domar a nação como fazia com seus cavalos, que o Centro de Assessoria Multiprofissional, CAMP, foi sendo gestado. A receita? Bastou colocar no mesmo ambiente alguns conhecidos que participavam dos movimentos populares e da Articulação nacional dos Movimentos Populares e Sindical (ANAMPOS), como Selvino Heck, Olívio Dutra e Jairo Carneiro; acrescentar militantes das oposições sindicais que participavam do chamado novo sindicalismo em oposição às direções nomeadas, como Francisco Teixeira, Miguel Rossetto, Ricardo Franzói e Natalício Correa; colocar mais um pouquinho de religião, através dos grupos ligados à Teologia da Libertação nas Pastorais Operária e da Juventude, sem esquecer, é claro, o trabalho das CEBs, realizados por pessoas como a Irmã Maria Giacomell e do próprio Selvino Heck, e incluir alguns estudantes, como Domingos Armani, Laerte Meliga e Guaracy Cunha. Para finalizar, um toque do campo: a luta pela terra e contra as barragens, que contou desde o começo com a presença de João Pedro Stédile. O segredo foi misturar todos esses sonhos por uma sociedade mais justa. O resultado foi demorado, pois este era um projeto aglutinador de longa duração para apoiar as lutas populares no Rio Grande do Sul, como ocorreu no ano de 1979 durante a ocupação das fazendas Macali e Brilhante e a reorganização dos sindicatos urbanos, que culminarem em greves da construção civil, dos vestuários e dos bancários para contar apenas as da capital. Quatro anos depois, em março de 1983, em Porto Alegre, era realizada a primeira Assembleia do CAMP, pensado para ser um Centro de Educação popular voltado para o campo e a cidade.”

Os sonhos foram plantados. Os sonhos continuam sendo plantados em 2023, quando, em 27 de março de 2023, o CAMP, Centro de Assessoria ao Movimento Popular, ou Centro de Assessoria Multiprofissional, completa seus 40 anos de boa luta e ESPERANÇAR.

* Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Edição: Katia Marko

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Cartilha Formativa ECONOMIA POPULAR SOLIDÁRIA: RESISTÊNCIA, FORMAÇÃO E BEM VIVER https://camp.org.br/2023/03/22/cartilha-formativa-economia-popular-solidaria-resistencia-formacao-e-bem-viver/ https://camp.org.br/2023/03/22/cartilha-formativa-economia-popular-solidaria-resistencia-formacao-e-bem-viver/#respond Wed, 22 Mar 2023 21:34:41 +0000 http://camp.org.br/?p=6042 A Cartilha faz parte do projeto do Projeto Diálogos de Formação em Economia Solidária: geração de renda em Viamão/RS. O CAMP – Escola de Cidadania , realiza este projeto através de uma emenda parlamentar do Deputado Henrique Fontana – PT, via Ministério da Cidadania, através do Departamento de Economia Solidária.

O projeto foi construído e foi desenvolvido em parceria com o coletivo Instituto Diálogos de Resistência de Viamão . Seu objetivo foi incidir na geração de trabalho e renda junto a comunidades em situação de vulnerabilidade social e econômica de Viamão/RS.

O público beneficiário são mulheres e jovens que busquem a melhoria da sua condição econômica e social, em cursos de corte costura, hortas urbanas, reciclagem e audiovisual. Após a capacitação em economia popular solidária e o aprendizado prático de cada curso, os participantes terão condições de desenvolverem suas atividades de forma autônoma e sustentável.

Acesse: Cartilha Formativa ECONOMIA POPULAR SOLIDÁRIA: RESISTÊNCIA, FORMAÇÃO E BEM VIVER

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Assembleia do CAMP 40 anos https://camp.org.br/2023/03/15/assembleia-do-camp-40-anos/ https://camp.org.br/2023/03/15/assembleia-do-camp-40-anos/#respond Wed, 15 Mar 2023 14:54:57 +0000 http://camp.org.br/?p=6032

 

Dia 27 de março, quando o CAMP completa 40 anos, realizaremos nossa Assembleia. Será um encontro de debates e lançamento da Campanha CAMP 40 anos!

Convidamos tds parceiros/as das lutas para estarem conosco nesta atividade.

Presenças confirmadas:

 

 

27 de março, 18h

Auditório Clara Scott – sede do CAMP (Praça Pereira Parobém 130 – 9º andar)

 

 

 

 

 

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