Reciclagem: caminhos para fortalecimento de catadores e coletivos

O Café com Debate do dia 19 de novembro sobre a atual situação dos Catadores da RMPA foi especial. Iniciamos com música e tambor para animar o grupo e homenagear Zumbi. Estiveram presentes o MTD, através de Carmosina Cruz e dois educadores, Alejandro e Laia; a professora Istefani de Paula da UFRGS; Bernadete Konzen do Conselho Diretor do CAMP; Simone Campos, doutoranda em administração pela UFRGS; a ONG CIDADE, com Márcia Tolfo; Adriele Betina, mestranda da UFRGS; Carla Albert educadora do Pronatec; Jacqueline Virti da Cooperativa Mãos Verdes; e integrantes da equipe do CAMP.

Após a apresentação, Alessandro Soares, coordenador do Programa Recicla Brasil falou sobre a atuação do CAMP no tema da Reciclagem. Alessandro destacou que o principal objetivo do trabalho da entidade é fortalecer, gerando autoestima, autonomia, capacidade técnica e política tanto para os catadores quanto para os coletivos. Um dos resultados importantes foi a qualificação da gestão, o que implicou num aumento da renda significativa dos cooperados.

No segundo momento os representantes das Cooperativas contaram sua trajetória de vida e das Cooperativas. Roberto Silveira da Cooperativa dos Recicladores de Dois Irmãos, Rita de Souza da COOTRE de Esteio e Flavio da Silva da COOPCAMATE de Canoas.
A Cooperativa dos Recicladores de Dois Irmãos atua há 20 anos neste município que tem em torno de 30mil habitantes. Quando iniciou, a Cooperativa tinha 5 pessoas e hoje conta com 36. Roberto destacou que a reciclagem é uma forma de economia solidária. Para ele a troca de experiências, o auxílio a outras cooperativas que precisam, é fundamental. Roberto afirmou que os 8 anos de cooperativa valem muito mais do que todo tempo em que trabalhou em empresas, pois é uma Família de Recicladores. Além disso, lá cuidam da saúde e do meio ambiente. O representante de Dois Irmãos ressaltou o trabalho em rede que hoje a Cooperativa vem desenvolvendo através do projeto financiando pela AMBEV, em parceria com a Braskem e assessorado pelo CAMP, no qual compram materiais de outras cooperativas. Ele destacou também que apesar de todo avanço ainda falta trabalho em conjunto, maior preparo das equipes e pessoas que liderem os grupos. Roberto finalizou afirmando que as parcerias são fundamentais, desde que o grupo saiba o que quer. Para ele “nós temos que fazer bem feito porque abre portas para outros grupos”.

Rita da COOTRE de Esteio contou uma pouco da história da Cooperativa, que iniciou com uma renda de 398,00 por pessoa e era muito mal cuidada, segunda ela, trabalhavam, de fato, no meio do lixo e da desorganização. Com o convênio com a Prefeitura, no qual receberiam 6 mil reais por mês, o CAMP iniciou o trabalho de assessoria direta. Segundo Rita, após muita resistência dos cooperados e mais de um ano de atuação do CAMP é que eles e elas perceberam que poderiam transformar seu local de trabalho. Rita destacou o papel central que os assessores do CAMP tiveram nesse sentido. Hoje os cooperados tiram uma renda mensal de mais 1.200,00 reais por mês e um fundo de reserva, que garante desde o 13º salário até a compra de materiais para ampliação da reciclagem. Rita ressaltou o pela relevante que a coordenação das cooperativas tem. Para ela: “um líder faz um grupo e um grupo faz um líder”.

Flávio da COOPCAMATE de Canoas, contou sua história de vida até chegar à coordenação da cooperativa, que estava em situação muito precária, inclusive com rombos financeiros. Hoje a cooperativa tem um convênio com a Prefeitura de Canoas de 27 mil reais, também tem um fundo de reserva e uma renda média mensal de 1.200,00 reais. Flávio também ponderou sobre a importância da coordenação e da gestão das cooperativas e ressaltou o trabalho que o CAMP vem desenvolvendo.

O debate que seguiu demonstrou que os cooperados e cooperadas tem muito a nos ensinar! A troca e as assessorias do CAMP e outras entidades, como LaSalle e Mãos Verdes possibilitaram um crescimento significativo destes sujeitos, bem como das entidades parceiras. A força de indivíduos colocada a serviço o bem comum, do coletivo mostra que é possível fazer diferente e trabalhar de forma cooperativa e solidária!

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Na foto: Roberto da Cooperativa de Dois Irmãos; Rita da COOTRE de Esteio; Jacqueline Virti da Mãos Verdes; Rosane Soares da COOTRE de Esteio e; Flavio da Silva da COOPCAMATE.

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